domingo, 13 de maio de 2018

Rua Âmbar





Rua Âmbar é um livro que, dentre outras coisas, celebra a imaginação poética. O menino Miro é quem puxa a alça da fantasia e promove as idas e vindas entre a realidade e o sonho. Ele inventa miniaturas de objetos a partir de latinhas recicláveis. 
Companheiras de infância do menino, as miniaturas, tal qual o seu inventor, têm a imaginação solta e dão voltas ao mundo até a mãe de Miro gritar: “Miroooo!”. Ao som do grito elas voltam para a caixa debaixo da cama até a próxima rodada de conversas e histórias que o menino irá  promover.
Há um bule que já morou no fundo do mar, um jarro que vivia bordado em uma cortina, uma concha que foi um  pensamento do Miro que caiu no mar e virou concha, uma mala que pertenceu a um colecionador de sombras, a um pesquisador de suspiros de jardim, a um capturador e assoprador de palavras, dentre outros donos ( a mala nunca carregou roupas).
Na hora em que Miro enfrenta a perda do pai, em um naufrágio no alto-mar, as miniaturas participam como coadjuvantes simbólicas na elaboração do sofrimento e da saudade do menino.
As miniaturas são apenas uma parte das vivências mágicas do livro. Miro mora na Rua Ametista, porém, sua rua preferida é a Âmbar.
A  Âmbar tem as frutas mais doces do bairro, a casa assombrada onde moram a tainha, a cobra que passa a vida se transfomando em “outros” para fazer a experiência da outridade, a formiga que queria cantar como uma cigarra, a rã que queria namorar um cachorro,  e a bruxa da costa esmeralda – uma bruxa diferente e  no exercício pleno de sua bruxidade.  Também ficam na Âmbar  a casa 109, dos amigos Quin, Isa e Matita, e  a casa creme da moça que ajudou Miro a se alfabetizar.
Rua Âmbar é uma história de pertencimento e memória. Miro poderá se mudar de Mariscal, um dia, mas levará a Âmbar para onde for. Será sempre o chão sagrado que ele vai pisar para sempre, pois, levamos as ruas, as casas, as paisagens de nossa infância para onde quer que  formos.
                                                                                                  

"Cara escritora,
Li Rua Âmbar numa tacada. Como fiz com outros livros seus. É porque seus livros tem uma linguagem que cativa e dá vontade de ler. E tem uma coisa: há uma energia boa fluindo nas suas páginas. Uma energia que eleva e faz bem ao coração. Só nos livros de Lobato eu encontro essa energia que tem nos teus livros, Eloí.  Acho que você, com sua linguagem, abriga, acolhe, junta coisas quebradas dentro de nós.  Não sei explicar bem como isso funciona, mas sinto assim.  Parabéns por mais esta obra bela. Sempre vou me lembrar de Miro e de sua rua preferida”. 

Zélia Gomes da Silva
Curitiba/PR

E-mail de 23/10/2013


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